segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

DEIXE-ME SER BURRO....

Não.

Eu hoje não sei a resposta

Qualquer que seja a pergunta.

Meu silêncio fala o que eu preciso dizer: nada.

Cansei de explicar meus pontos de vista

Cansei de interpretar aquilo que eu mesmo escrevi ou falei

Só para que alguém pudesse me entender.

Que não me entendam hoje então.

Hoje eu só quero andar por aí

Despretensiosamente.

Não sei nem se vai chover nos próximos 5 minutos.

Não quero saber o básico, o complexo ou o inusitado.

Deixe-me ser burro.

Explicar a vida ?

As religiões ?

A transformação do mundo físico e a transcendência dos planos ?

Sei não.

Só quero estar feliz.

Só quero ser generoso indistintamente.

Até para poder ser generoso comigo mesmo.

Se vida é a imperfeição permanente,

Fruto da inconstância irresponsável do Destino

Por que é que eu teria que ser diferente ?

Mudo, contradigo, desdigo e reafirmo.

Tanto faz.

Por que é eu deveria garantir para onde vamos depois daqui ?

De repente, nem vamos para lugar nenhum.

Acabamos. Do pó ao pó.

Hoje eu não quero explicar nada.

Nem quero certas respostas.

Ou quaisquer respostas.

Quero o silêncio. Perturbador e tranqüilizador.

Quero.



Javier Fuentes,

2009.

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