segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

COM ADAPTAÇÕES

O não é opaco, nunca transparente,


Crê na força libertadora do não

E basta.


Silêncio no dizer sim

quando sim era a resposta,

enrolar-se no chão desnudo

ao contrário do vôo límpido da poesia....

Há poesia no suor, no gosto, na saliva....


Cenas perfeitas

Completas na existência do que estava entre...

Fragmentos que eram inteiros

De algo que foi completo

Rabiscos do roteiro, desenho imperfeito...



Existem lembranças do futuro

Sintonia

Simetria

Sincronicidade

Espero aquilo que não precisou vir

Porque sempre esteve aqui

A resposta, antes da pergunta

O que era, foi e será

Antes de existir

Apesar dos entretantos



Sim

O concreto que dispensou forma

Porque era, na sua incompletude, a própria perfeição

Materializado no que era suspiro

Imortalizado no não

Que era apenas uma vírgula.



Obrigado por você ter vindo

Mesmo que não tenha chegado a bater na porta

Porque, naquele tempo, ainda era hiato





Obrigado por ter estado presente

Na letra

Na palavra

Na frase

Era o que sempre bastava

Era o que sempre esperava

Era o que sempre estava



Quem precisa de resposta se o hiato já é, em si, dúvida e clareza ?



Só quem não disse sim

Quando nada mais podia servir de resposta

Só quem esperou a pergunta

Quando ela já tinha sido apresentada há muito tempo...


Eu olho e Imagino.

A dúvida do que é real

Está no medo da impossibilidade

Na certeza da imprevisibilidade

No descompasso da inevitabilidade

Dê a alguém certezas

E ele poderá ter medo do caminho que ali lhe atropela

Dê-lhe dúvidas. Sempre.



A resposta é sempre o caminho

Nem sempre o destino

Nem sempre o onde

Mas sempre o durante porque esse sim é o concreto, é o que existe

O Entre.




Partes perfeitas

Mesmo que pareçam inacabadas

Partes inteiras

Ainda que pareçam pela metade





Simples na complexidade

No andar descalço...

Do achar que o meio-fio pode ser trono...

Pode...

Pode até ser oráculo...

Quem veria humanidade onde vêem dureza ?



Sem respostas

Ainda rio do riso sem motivo...

do sorriso que ainda virá....

Rio do instante seguinte...



Sorrio do que sempre esteve do lado

Mesmo tão longe quanto um adeus

Mesmo tão perto quando um sopro no ouvido



Obrigado por você ter vindo

Mesmo que não tenha ainda chegado...”

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